Freqüentemente, deparamos com algumas situações, em nosso ambiente urbano, que nos causam um certo mal-estar, revolta e chateação. São ausências de planejamento e gerenciamento ambiental e outros descasos com a questão ambiental, atitudes produzidas por comportamentos inadequados de alguns seres humanos portadores de desajuste dos mais diversos tipos e origens. De qualquer forma, atitudes infames, repugnantes, torpes, inusitadas, bizarras, inesperadas, incompreensíveis, convivem com as outras mais convenientes e convencionais em um amálgama variável e inevitável da convivência em sociedades humanas. Essas manifestações, em sua maior parte, são os próprios produtos emergidos das entranhas dos sistemas em que estamos inseridos, processos e modelos adotados pelo homem, muitos dos quais permitem o acesso de poucos aos seus benefícios e submetem muitos aos seus custos. Exemplos deste comportamento podem ser visualizados na cidade de Ilha Solteira e foi o que aconteceu neste mês de abril.
Em 20 de setembro de 2009 houve o plantio de árvores em comemoração ao dia da Árvore na proximidade do Córrego Sem Nome, este evento foi realizado em todo o Estado de São Paulo e organizado pela ONG Brasil Eco planetário. Em Ilha Solteira foi realizado com o apoio da Câmara Municipal e a participação de entidades, escolas e empresas. Foi um dia de cidadania, comprometimento das entidades com o Meio Ambiente e um pouco de marketing, onde usam o ambiente como plano de fundo para benefício próprio. Passaram-se sete meses e as espécies arbóreas nativas plantadas foram destruídas pela própria prefeitura, transgredindo o artigo 49 da Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98).
De acordo com os dados do Plano Diretor (2007) o município de Ilha Solteira apresenta uma área de 649 km2, apenas 1% (7 km2) ainda conserva suas características originais e considerando que 20% do total da áreas deveriam ter sua cobertura vegetal recomposta. Sendo assim, a Prefeitura Municipal de Ilha Solteira tem uma grande missão, recompor uma área total de 124 km2 de áreas de recomposição florestal de espécies nativas e não destruir o que foi plantado.
Na edição do Jornal da Ilha do dia 21 de abril, o diretor de Agronegócio, Pesca e Meio Ambiente, João Oliveira Machado declarou que é contrário ao plantio de mudas no córrego Sem-Nome, afirmando que naquele local não existe córrego. Infelizmente, o diretor desconhece sobre o assunto e não devemos digladiar esse pobre coitado com os seus atos, mais do que isso, devemos lembrar que ele é parte de sistema corporativista e foi colocado nesta condição com finalidades e utilidades bem definidas e não aquelas que envolvem comprometimento ambiental e soluções socioambientais.
As preocupações em relação ao meio ambiente devem ser de todos e outra dica é que não se restrinjam a plantar árvores e distribuir mudas com logomarcas de grandes empresas, mas sim, que essas mesmas instituições públicas e privadas (Usinas, UNESP, CESP, Prefeitura Municipal e ONGs) juntamente com organizações populares possam chegar a um consenso das reais necessidades da população e que projetos e políticas públicas com incentivos de empresas locais possam trabalhar em prol de um desenvolvimento local que traga saúde, qualidade de vida , educação, cultura e geração de prosperidade.
Tudo isso mostra o descaso dos gestores e administradores deste município e a falta de comprometimento com meio Ambiente, que sempre fica em segundo plano. Mudanças de paradigmas não ocorrem de um dia para outro, mas precisamos caminhar em um caminho diferente, belo e possível.
Para finalizar, deixo um comentário feito por Miller (1975) em seu decálago da ação individual e que serve para a população Ilhense. – segundo ele acentuava que "não fazer nada, porque não se pode mudar tudo o que está mal, é uma atitude irresponsável". Quando uma coisa muda, o todo também começa a mudar .
Fonte: Por Renato A. M. Franco
Jornal da Ilha - quarta-feira, 28 de abril de 2010 A-08
Em 20 de setembro de 2009 houve o plantio de árvores em comemoração ao dia da Árvore na proximidade do Córrego Sem Nome, este evento foi realizado em todo o Estado de São Paulo e organizado pela ONG Brasil Eco planetário. Em Ilha Solteira foi realizado com o apoio da Câmara Municipal e a participação de entidades, escolas e empresas. Foi um dia de cidadania, comprometimento das entidades com o Meio Ambiente e um pouco de marketing, onde usam o ambiente como plano de fundo para benefício próprio. Passaram-se sete meses e as espécies arbóreas nativas plantadas foram destruídas pela própria prefeitura, transgredindo o artigo 49 da Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98).
De acordo com os dados do Plano Diretor (2007) o município de Ilha Solteira apresenta uma área de 649 km2, apenas 1% (7 km2) ainda conserva suas características originais e considerando que 20% do total da áreas deveriam ter sua cobertura vegetal recomposta. Sendo assim, a Prefeitura Municipal de Ilha Solteira tem uma grande missão, recompor uma área total de 124 km2 de áreas de recomposição florestal de espécies nativas e não destruir o que foi plantado.
Na edição do Jornal da Ilha do dia 21 de abril, o diretor de Agronegócio, Pesca e Meio Ambiente, João Oliveira Machado declarou que é contrário ao plantio de mudas no córrego Sem-Nome, afirmando que naquele local não existe córrego. Infelizmente, o diretor desconhece sobre o assunto e não devemos digladiar esse pobre coitado com os seus atos, mais do que isso, devemos lembrar que ele é parte de sistema corporativista e foi colocado nesta condição com finalidades e utilidades bem definidas e não aquelas que envolvem comprometimento ambiental e soluções socioambientais.
As preocupações em relação ao meio ambiente devem ser de todos e outra dica é que não se restrinjam a plantar árvores e distribuir mudas com logomarcas de grandes empresas, mas sim, que essas mesmas instituições públicas e privadas (Usinas, UNESP, CESP, Prefeitura Municipal e ONGs) juntamente com organizações populares possam chegar a um consenso das reais necessidades da população e que projetos e políticas públicas com incentivos de empresas locais possam trabalhar em prol de um desenvolvimento local que traga saúde, qualidade de vida , educação, cultura e geração de prosperidade.
Tudo isso mostra o descaso dos gestores e administradores deste município e a falta de comprometimento com meio Ambiente, que sempre fica em segundo plano. Mudanças de paradigmas não ocorrem de um dia para outro, mas precisamos caminhar em um caminho diferente, belo e possível.
Para finalizar, deixo um comentário feito por Miller (1975) em seu decálago da ação individual e que serve para a população Ilhense. – segundo ele acentuava que "não fazer nada, porque não se pode mudar tudo o que está mal, é uma atitude irresponsável". Quando uma coisa muda, o todo também começa a mudar .
Fonte: Por Renato A. M. Franco
Jornal da Ilha - quarta-feira, 28 de abril de 2010 A-08
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